segunda-feira, 20 de outubro de 2014

LIÇÃO 04 – A PROVIDÊNCIA DIVINA NA FIDELIDADE HUMANA - 4º TRIMESTRE 2014


LIÇÃO 04 – A PROVIDÊNCIA DIVINA NA FIDELIDADE HUMANA - 4º TRIMESTRE 2014 
(Dn 3.1-7,14)

INTRODUÇÃO

No capítulo 3 do livro de Daniel, Misael, Hananias e Azarias, se depararam com um culto idólatra promovido 
pelo rei que, por meio de um decreto, obrigou a todos que se curvassem diante de um ídolo. Contudo, eles demonstraram 
sua fidelidade mantendo-se de pé mesmo sob sentença de morte. Nesta lição, destacaremos algumas virtudes destes 
servos do Senhor e o que Deus pode realizar quando alguém se compromete com a sua Palavra, custe o que custar.

I – A PROPOSTA ARDILOSA DO REI NABUCODONOSOR
O registro do capítulo 3 do livro de Daniel sugere claramente que o propósito principal desta parte do livro é 
diretamente prático e não doutrinário. Como podemos ver, não há predições. A narrativa simplesmente fala do destino dos 
três amigos de Daniel na qualidade de firmes confessores da fé (Daniel não aparece no capítulo). “Por que Daniel não foi 
descoberto em desobediência civil como os três foram, explica-se melhor pela conjectura de que estivesse ausente da 
cidade em alguma obrigação oficial” (MOODY, sd, pp. 29,30 – acréscimo nosso).

1.1 A promoção da idolatria (Dn 3.1). O paganismo fazia parte da cultura babilônica. Deuses como Aku, Bel, Nebo 
dentre outros eram adorados em Babilônia (Dn 1.7; 2.11; 3.12,14,18;5.4,23). A narrativa do capítulo 3 de Daniel elucida 
bem esta verdade, pois narra a construção de um ídolo (Dn 3). A descrição de quem a erigiu: Nabucodonosor; o material 
com que foi feito: ouro; o seu tamanho 30 metros de altura por 3 de largura; e as pessoas convidadas para prestigiar o 
evento nos mostra quão significativa era esta reunião e quão imponente era a estátua (Dn 3.1,2). Há três opiniões 
principais entre os estudiosos da Bíblia sobre que tipo de ídolo era esse que foi construído por Nabucodonosor: 
(1ª) Talvez ele estivesse tentando reproduzir a estátua que vira em sonho (Dn 2.31-49); (2ª) podia estar homenageando 
seu padroeiro, Nebo, ou alguma outra divindade; e, (3ª) poderia ser uma imagem de si mesmo na tentativa de auto 
deificar-se, o que era uma prática pagã comum aos grandes conquistadores (Jz 8.27; II Sm 18.18; Dn 4.29,30). A Bíblia 
condena veemente a prática da idolatria (Êx 20.2-4,23; Lv 19.4; 26.1; Dt 7.5,25; 12.3; I Rs 14.9; Is 2.8,9; 57.5; Jr 1.16; 
At 15.28,29; I Co 10.14; Cl 3.5; I Pe 4.3; I Jo 5.21).

1.2 A unificação da religião. A política de Nabucodonosor após conquistar cidades era de torná-las colônias de 
exploração exigindo o pagamento de tributo (II Rs 24.1; 36.10), e conduzir cativos à elite do reino para que estes 
pudessem auxiliá-lo na administração do seu império (Dn 1.3-5; 3.4,5). Sabedor de que os seus conquistados eram de 
outras religiões, Nabucodonosor, intentou na construção dessa grande imagem de escultura fazer com que seu governo 
fosse supremo em tudo, tanto no aspecto civil quanto religioso, promovendo um grande culto ecumênico (Dn 3.3-5). 
“Inicialmente, o ecumenismo era a concretização do ideal apostólico de agregação de todos os que professam o nome de 
Cristo. Com o passar dos tempos, porém, a palavra foi sendo desvirtuada até ser tomada como um perfeito sinônimo para 
o sincretismo religioso. Os que buscam semelhante universalidade, pregam a união indistinta entre protestantes, católicos, 
judeus, espíritas, budistas etc. Tal união é contrária ao espírito das Escrituras; tanto o Antigo quanto o Novo Testamento 
são exclusivistas em matéria de fé e prática” (Lv 20.23-27; II Co 6.14-18) (ANDRADE, 2006, pp. 156,157). 

1.3 Um decreto real nocivo (Dn 3.4-5,10). Para forçar os convidados adorarem a estátua, o sagaz Nabucodonosor através 
do arauto anunciou que a homenagem aquele ídolo tinha a força de um decreto “Tu, ó rei, fizeste um decreto” (Dn 3.10-
a). O Aurélio diz que um decreto é uma “determinação escrita, emanada do chefe do Estado, ou de outra autoridade 
superior” (FERREIRA, 2004, p. 608). Diante disto, não adorar a imagem era estar em desobediência civil a autoridade 
constituída. A Bíblia recomenda que o servo de Deus esteja sujeito a autoridade e a obedeça (Dn 3.12; 6.10,11; Lc 20.22-
25; Rm 13.1-7; I Tm 2.1,2; I Pe 2.17). Todavia, quando a autoridade cria leis e decretos que contrariam a Palavra de 
Deus, que é a nossa regra de fé e prática, devemos preferir a vontade soberana do Senhor (Lc 12.31-33; At 5.27-29). 

1.4 A pena capital (Dn 3.6,11). Nabucodonosor parecia prever que alguns daqueles líderes que foram convidados para a 
cerimônia de consagração da estátua se opusesse a prostrar-se perante ela, por isso providenciou uma penalidade, um 
castigo severo para o que procedesse assim “E qualquer que não se prostrar e não a adorar, será na mesma hora 
lançado dentro da fornalha de fogo ardente” (Dn 3.6). A fornalha de que se refere o texto “trata-se de um forno grande, 
com abertura no alto, usado para moldar coisas (Dn 3.22,23). Ao nível do chão havia uma porta, por onde o metal era 
extraído (Dn 3.26). Esse tipo de forno recebia o combustível pelo alto, ao passo que era fechado por tijolos nos quadro 
lados. Ele era usado para infligir punição capital por parte dos persas (Jr 29.22; Os 7.7). Usualmente tinha forma de 
cúpula” (CHAMPLIN, p. 808, 2004 – acréscimo nosso). Como podemos ver, o verdadeiro servo de Deus está disposto a 
sofrer o pior dos castigos que contrariar a vontade do Senhor (Dn 6.10-17; Hb 11.34-38). II – A 

2.POSTURA FIRME DOS SERVOS DE DEUS 

Após o anúncio do arauto e o toque dos instrumentos, os líderes que ali estavam dobraram-se diante da estátua de 
ouro (Dn 3.7). Todavia, o registro bíblico acrescenta que três judeus: Misael, Hananias e Azarias, mantiveram-se de pé. 
Por isso, foram acusados pelos caldeus de desrespeito ao rei “não fizeram caso de ti”, deslealdade “a teus deuses não 
servem” e desobediência “nem adoram a estátua de ouro que levantaste” (Dn 3.12). Com essa postura, eles revelaram 
possuir características que autenticam um verdadeiro servo de Deus. Destacaremos algumas:

2.1 Coragem (Dn 3.16-18). O texto bíblico nos mostra que era necessário muita coragem por parte destes homens judeus 
de se contrapor a vontade do seu patrão Nabucodonosor, estando cientes de que não ficariam impunes por isso. O Aurélio 
define coragem como: “bravura em face do perigo. Intrepidez, ousadia” (FERREIRA, 2004, p. 549). “Um homem 
corajoso é aquele que não recua diante de consequências adversas, na realização do seu dever. A coragem é uma 
qualidade mental que leva o homem a enfrentar perigos ou oposição com intrepidez, calma, firmeza e propósito” 
(CHAMPLIN, p. 899, 2004). A Bíblia exorta-nos a sermos corajosos (Sl 31.24; Pv 24.10; Lc 12.4,5; I Pe 3.14). 

2.2 Fidelidade (Dn 3.12,18). A expressão “fidelidade” advém da palavra “fiel” que significa: “que cumpre aquilo a que 
se obriga; leal” (FERREIRA, 2004, p. 894). Esta virtude é fruto do Espírito (Gl 5.22), que por sua vez é característica 
fundamental na vida de todo aquele que serve a Deus (Nm 12.7; I Sm 12.24; Pv 12.22; I Tm 4.10,12; Ap 2.10). “Os três 
homens poderiam ter transigido com o rei e defendido sua desobediência com argumentos como: 'todos estão fazendo 
isso', ou 'é uma das obrigações de nosso cargo', ou ainda 'dobraremos nossos joelhos, mas não o nosso coração'. Poderiam 
ter dito: 'podemos ser mais úteis para nosso povo como oficiais à serviço do rei do que como cinzas na fornalha do rei'. 
Contudo, a verdadeira fé não procura brechas para escapar; simplesmente obedece a Deus e sabe que ele fará aquilo que 
for melhor. A fé baseia-se em ordens e em promessas, não em argumentos e explicações” (WIERSBE, 2008, p. 324). 

2.3 Determinação (Dn 3.16,17). Determinado é alguém “decidido, resolvido” (FERREIRA, 2004, p. 667). É o que estes 
homens de Deus mostraram ser diante da proposta de Nabucodonosor de se curvarem diante da imagem e pouparem suas 
vidas da morte “não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste” (Dn 3.18-b). Aquele 
que é determinado em agradar a Deus ele o faz em todo tempo. Estes homens assim que chegaram a Babilônia juntos com 
Daniel assentaram no seu coração de não se contaminar (Dn 1.8). Passado um tempo, eles serviam ao Senhor mantendo a 
mesma fidelidade. Essa virtude foi reconhecida pelo próprio Nabucodonosor (Dn 3.8).

2.4 Capacidade de renunciar (Dn 3.18-20). Do que poderemos abrir mão a fim de comprovarmos nossa fidelidade a 
Deus e aos homens? Misael, Hananias e Azarias mostraram que estavam dispostos a renunciar a própria vida, se preciso 
fosse. O martírio é preferível à apostasia. O texto deixa claro que eles não sabiam se Deus iria livrá-los, mas mesmo assim 
permaneceriam fiéis até a morte (Dn 3.17,18). O verdadeiro servo do Senhor está disposto a abrir mão de qualquer coisa 
por amor ao seu Deus (Gn 12.1-3; 22; Fp 3.5-8; Hb 11.24-27). 

III – A PROVIDÊNCIA DIVINA NA FIDELIDADE HUMANA
Tanto os hebreus como o Deus deles foi afrontado por Nabucodonosor (Dn 3.15). Contudo, nesta ocasião o 
Senhor resolveu intervir trazendo três benefícios aos seus servos, a fim de mostrar a Nabucodonosor, aquela multidão, aos 
três judeus e a todos aqueles que lhe obedecem, que para Ele nada é impossível (Gn 18.14; Lc 1.37).

3.1 Livramento. O rei furioso mandou lançar os judeus amarrados dentro de fornalha. Todavia, algo extraordinário 
aconteceu, aqueles hebreus não sofreram queimadura alguma, porque Deus estava com eles dentro do forno aniquilando o 
poder do fogo, livrando-os da morte conforme asseverou e viu o próprio Nabucodonosor (Dn 3.25). 

3.2 Honra. A Bíblia ensina que aquele que honra a Deus por ele será honrado (I Sm 2.30; Jo 12.26). “Diante do grandioso 
milagre operado por Deus, o monarca babilônico firma em seu coração um propósito pelo qual a soberania do verdadeiro 
Deus fosse reconhecida e aceita por todos os povos sob seu governo. Nabucodonosor reconhece isso e declara: 
“porquanto não ha outro Deus que possa livrar como este” (Dn 3.29-b)” (SILVA, 1986, p. 69).

3.3 Prosperidade. Após o ocorrido, aqueles homens de Deus foram promovidos por Nabucodonosor “Então o rei fez 
prosperar a Sadraque, Mesaque e Abednego, na província de Babilônia” (Dn.3.30). Deus recompensa tanto nesta vida 
quanto no porvir aqueles que lhe servem de forma agradável (Dn 12.13; II Tm 4.8). 

CONCLUSÃO
Como pudemos ver, Deus glorificou o seu nome proporcionando livramento aos três judeus que se propuseram 
honrá-lo mesmo correndo risco de morte. Devemos agir de forma semelhante diante das atuais propostas do inimigo. Não 
devemos jamais abrir mãos de valores inegociáveis. 
REFERÊNCIAS
• ADEYEMO, Tokunboh. Comentário Bíblico Africano. MUNDO CRISTÃO.
• CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
• SILVA, Severino Pedro da. Daniel versículo por versículo. CPAD.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais

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