sábado, 4 de outubro de 2014

LIÇÃO 02 – A FIRMEZA DO CARÁTER MORAL E ESPIRITUAL DE DANIEL - 4º TRIM/ 2014



LIÇÃO 02 – A FIRMEZA DO CARÁTER MORAL E ESPIRITUAL DE DANIEL - 4º TRIM/ 2014
(Dn 1.1-8;17,20)


                      INTRODUÇÃO
Viver uma vida irrepreensível diante da sociedade e principalmente diante de Deus é algo que não é tão fácil
diante da sociedade contemporânea. Veremos nesta lição que é possível ser moralmente e espiritualmente firme e íntegro
diante de Deus baseados na vida do Profeta Daniel. Estudaremos algumas características de seu caráter e analisaremos
também algumas de suas qualidades como um bom servo do Senhor.

I – DEFINIÇÃO DAS PALAVRAS INTEGRIDADE E CARÁTER
Pode-se definir integridade como “solidez de caráter”. Pode, também, significar o estado de “ser inteiro”, “ser
completo”. Deriva-se do verbo “integrar”, que significa “tornar unido para formar um todo completo ou perfeito”
“retidão, perfeição”. Qualidade de alguém de conduta reta, pessoa de honra, ética, educada, imparcial, pureza ou
castidade, o que é justo. Já a palavra caráter significa o aspecto dinâmico da nossa personalidade. É aquilo que nos faz
diferentes dos outros, conjunto dos traços particulares de uma pessoa (FERREIRA, 2004, pp. 1116, 402).

II – CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS DE DANIEL (Dn 1.3)
2.1 “E disse o rei a Aspenaz chefe dos seus eunucos...” (Dn 1.3-a). Eunuco do hebraico “sarís”, era um macho castrado.
Por motivos óbvios, os eunucos eram frequentemente encarregados dos haréns reais. Às vezes a palavra, por metáfora, era
usada simplesmente com referência a um oficial. Há quem defenda que exista uma grande possibilidade de que Daniel e
seus amigos tenham sido desvirilizados (castrados) baseados na profecia de II Rs 20.18 e Is 39.7. No entanto, essa
informação não significa a literalidade da palavra, não há nada absolutamente que prove que Daniel e seus três amigos
foram castrados, mais sim, que tenham apenas se afastado do contato com mulheres e preservado o seu estado de
castidade por uma livre escolha e devoção “Porque há eunucos que nasceram assim; e há eunucos que pelos homens
foram feitos tais; e outros há que a si mesmos se fizeram eunucos por causa do reino dos céus..." (Mt 19.12).
2.2 “....que trouxesse alguns dos filhos de Israel..” (Dn 1.3-b). Esses eram originalmente descendentes de Jacó ou Israel.
Tinham a reputação de serem da linhagem de Davi. Esses quatro jovens de Judá, por intermédio dos seus nomes,
testemunhavam do único e verdadeiro Deus. Quaisquer que tivessem sido as limitações do seu ambiente religioso em
Judá, seus pais lhes deram nomes que serviam de testemunho ao Deus que serviam. Daniel significava: “Deus é meu
juiz”; Hananias significava: “O Senhor tem sido gracioso ou bondoso”; Misael significava: “Quem é como é Deus?” e
Azarias declarava: “O Senhor é meu Ajudador”.
2.3 “...e da linhagem real e dos nobres ou príncipes” (Dn 1.3-c). A palavra nobres no hebraico “partemím” é um termo
aparentemente usado com referência a pessoas importantes. Entre esses cativos da primeira leva estava os melhores da
nação judaica, inclusive membros da casa real, provavelmente descendentes do rei Ezequias, conforme a profecia de Isaías
39.6,7. Também refere-se a ilustres famílias, e não somente à casa real de Davi. O sentido dos três termos, “Israel,
linhagem real e nobres”, indica que a seleção tinha de ser feita entre os hebreus, tanto da família real como de outras
famílias da nobreza.

III - TRÊS QUALIFICAÇÕES DE DANIEL
Poucas personagens no AT são tão conhecidas quanto Daniel, desarraigado da sua terra natal, educado numa
sociedade estrangeira, que manteve a firmeza do caráter moral e espiritual e uma lealdade inabalável ao Deus do seu
povo. As suas habilidades e a integridade inspirada pela sua fé o conduziu a altos escalões de governo. Vejamos algumas
de suas qualificações:

3.1 QUALIDADES FÍSICAS - “Jovens sem nenhum defeito...” (Dn 1.4-a). Esta é a primeira de uma série de
qualificações estipuladas para a seleção de homens a serem treinados na corte da Babilônia. Jovens no hebraico
“yeladím”, entre quatorze ou quinze anos de idade ou um pouco mais é o que parece certo. Ausência de defeito
“...formoso e de boa aparência...” (Dn 1.4-b). A mesma combinação de palavras se usou em relação à beleza de Raquel
(Gn 24.16; 26.7), Bate-Seba (IISm 11.3), da Rainha Vasti (Et 1.11) e de Ester (Et 2.2; 3,7). Daniel e seus amigos nobres
(ou reais) eram fisicamente “perfeitos”.

3.2 QUALIDADES INTELECTUAIS - “Instruídos em toda a sabedoria, doutos em ciência, e versados no
conhecimento” (Dn 1.4-c). Essas três expressões cumulativas “sabedoria, ciência e conhecimento” enfatizam a
capacidade natural. A redundância da expressão hebraica é para dar ênfase e não para estabelecer distinções. Referia-se
mais ao que os jovens já eram e não ao que iriam se tornar. “O programa educacional que estes jovens iriam se submeter
provavelmente incluiu o estudo da agricultura, da arquitetura, da engenharia, da astrologia, da astronomia, das leis civis,
da matemática e da difícil língua acádica” (CHAMPLIN, 2009, p. 3374).

3.3 QUALIDADES MORAIS - “Que fossem competentes para assistirem no palácio do rei” (Dn 1.4-d). Talentos
naturais e adquiridos que capacitassem esses homens a servirem um rei esplêndido em um edifício magnífico é o que se
quis dizer. Os rapazes deviam ser humildes mas não tímidos. “E lhes ensinasse a cultura e a língua dos caldeus”
(Dn 1.4-e). A frase “competentes para assistirem no palácio”, indica claramente que deveriam ter conhecimentos em
diversas áreas mais também ser moralmente justos.

IV – A INTEGRIDADE DE DANIEL COMO MODELO PARA NOSSO DIAS
A decisão de não comer das iguarias do rei era muito mais do que uma questão de conveniência ou saúde
(Dn 1.8). A palavra traduzida por contaminar-se “gaal”, pode significar contaminação física (Is 63.3), "mancha",
contaminação moral (Sf 3.1), ou, mais frequentemente, contaminação cerimonial (Ed 2.62; Ne 7.64). Vejamos algumas
lições:
4.1 Daniel um modelo de EXCELÊNCIA. Mesmo tendo sido levado muito jovem para o exílio babilônico, Daniel
conhecia a Deus e não o trocaria por iguaria alguma que lhe fosse oferecida. É um modelo para os jovens (Ec 12.1), como
também foram outros jovens na história bíblica como Samuel (1Sm 3.1-11), José (Gn 39.2), Davi (1Sm 16.12),Timóteo
(2Tm 3.15). Durante toda a sua vida, Daniel foi um exemplo de fidelidade, integridade e de oração, pois orava três vezes
ao dia, continuamente (Dn 6.10).
4.2 Daniel modelo de INTEGRIDADE numa sociedade corrupta (Dn 1.6,7). Apesar de todo o esforço de seus
exatores que os trouxeram para uma terra estranha e pagã, com costumes e hábitos, dedicados a outros deuses, Daniel
soube, durante toda a sua vida, manter-se íntegro moral e fisicamente. A mudança de nome não os fez esquecerem de sua
fé e seu Deus Vivo e Poderoso (Dn 1.6,7).
4.3 Daniel modelo de SUPERAÇÃO pela fidelidade a Deus (Dn 1.20). Neste versículo a poderosa mão de Deus dirigiu
todo o curso dos acontecimentos, bem como, a saúde física, o vigor intelectual e a capacidade de superar inteligências
comuns. O texto diz que “Deus lhes deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras e sabedoria...” (Dn 1.17),
tudo aquilo que os outros príncipes do palácio não tinham.
V - OS PERIGOS E RISCOS DA ACULTURAÇÃO
Daniel era radical em sua posição e não estava aberto a mudanças, se essas interferissem em sua fidelidade a
Deus. Ele e seus companheiros compreenderam que a “babilonização” era uma porta aberta para a apostasia. Daniel não
negociou seus valores, não se corrompeu e nem se mundanizou. Também não satanizou a cultura, dizendo que “tudo era
do diabo”, mas percorreu com sabedoria os corredores da universidade e do palácio sem se corromper. Analisemos:
5.1 O perigo da mudança dos valores (Dn 1.7). Assim que chegaram na Babilônia seus nomes foram trocados. Com
isso a Babilônia queria que eles esquecessem o passado e seu Deus. A Babilônia quis remover os marcos e arrancar suas
raízes. Entre os hebreus, o nome era resultado de uma experiência com Deus. A universidade da Babilônia queria tirar a
convicção de Deus da mente de Daniel e de seus amigos e implantar neles novas convicções, novas crenças, novos
valores, por isso mudaram seus nomes. A Babilônia mudou os nomes deles, porém, não mudou seus corações. Daniel e
seus amigos não permitiram que o ambiente, as circunstâncias e as pressões externas ditassem sua conduta.
5.2 O perigo das iguarias do mundo (Dn 1.8-a). Os jovens, além de ter a melhor universidade do mundo de graça, ainda
teriam comida de graça, e da melhor qualidade. Os alimentos consumidos pelos pagãos continham coisas consideradas
cerimonialmente imundas para os judeus. A carne da mesa do rei era sem dúvida morta de acordo com o ritual pagão e
oferecida a um deus. Os judeus estavam proibidos de comer carne sacrificada a um deus pagão (Êx 34.15). Os judeus
sempre enfrentaram este problema ao comer fora de sua terra (Lv 3.17; 6.26; 17.10-14; 19.26; Os 9:3, 4; Ez 4:13, 14).
5.3 O perigo das ofertas vantajosas (Dn 1.19). Muitos judeus se dispuseram a aceitar as ofertas generosas da Babilônia.
Esqueceram de Sião e dos absolutos da Palavra de Deus. A Lei já não servia mais para eles. Agora estavam num “estágio
mais avançado” estudando as ciências do mundo. Além do mais, a Babilônia oferecia riquezas, prazeres e delícias. A lei
de Deus, pensavam, é muito rígida, tem muitos preceitos. E assim, muitos se esqueceram de Deus e de Sua Palavra
(2Rs 24.14). Para eles, tudo havia se tornado relativo e ultrapassado. No entanto, Daniel era ortodoxo, ou seja, vivia em
plena obediência a Palavra do Senhor (Dn 1.8).

CONCLUSÃO
Daniel, um jovem fiel a Deus apesar de um passado de dor é um farol a ensinar-nos o caminho certo no meio da
escuridão do relativismo. Seu testemunho rompeu a barreira do tempo e ainda encoraja homens e mulheres e jovens em
todo o mundo a viver com integridade e santidade em nossos dias.
REFERÊNCIAS
ADEYEMO, Tokunboh. Comentário Bíblico Africano. Mundo Cristão.
CABRAL, Elienai. Integridade Moral e Espiritual: O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. CPAD
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody: Daniel. Editora Batista Regular.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.


Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais

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