COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Cercas para a Tentação A tentação é uma realidade bem presente na vida de cada ser humano! Não há ninguém que não esteja sujeito à tentação. Numa linguagem mais popular, podemos dizer que ainda não foi inventada uma vacina para a tentação! Todos são tentados, desde os mais jovens até os mais velhos. Até mesmo, JESUS, o Homem Perfeito, também foi tentado. Há algum tempo lembro ter lido uma história que aconteceu com David Du Plessis (1905-1987), pioneiro pentecostal sul-africano. Após sair exausto de uma Conferência, onde ministrou para milhares de pessoas, um jovem aparentando ter 18 anos de idade o procurou. Ainda ofegante, o jovem lhe perguntou: “Irmão Du Plessis, o que o senhor faz para não ter problemas com a tentação?” Du Plessis franziu a testa enrugada pelo peso de seus quase 80 anos e respondeu: “quando eu tiver idade para não ter problemas com a tentação, eu lhe procuro para informar”. Mesmo já velho, Du Plessis demonstrou que continuava sujeito à tentação! José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de JESUS, o Homem Perfeito. Editora CPAD. pag. 47-49. Resumo do capítulo. O primeiro desafio de JESUS é claramente coordenado pelo ESPÍRITO SANTO que o conduz a uma área deserta para jejuar. Em seguida, permite que o enfraquecido Salvador seja testado por Satanás. A vitória de CRISTO demonstra o tema de Lucas. JESUS é um ser humano ideal, diferentemente de Adão e Eva, que caíram (4.1-13). RICHARDS. Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo.Editora CPAD. pag. 655. Esta seção mostra JESUS como o Filho de DEUS derrotando Satanás num combate aberto. Nenhuma discussão ou tentação poderia amedrontar ao Senhor JESUS. Esta tentação por parte de Satanás também revela que, embora JESUS fosse humano e estivesse sujeito às tentações humanas, Ele era perfeito porque venceu todas as tentações que Satanás lhe apresentou. A história da tentação de JESUS é uma importante demonstração do seu poder e da ausência de pecado em sua vida. Ele enfrentou a tentação e não desistiu. Os seus seguidores devem confiar nele quando enfrentarem tentações que irão colocar à prova a sua fidelidade a DEUS. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 340. Vimos como na vida de JESUS existiram certos grandes marcos, e este é um deles. No templo, quando tinha doze anos tomou consciência de que DEUS era seu pai em uma maneira única. Sua hora tinha chegado com o surgimento de João e a aprovação de DEUS tinha chegado durante seu batismo. De modo que neste momento JESUS estava para começar sua campanha. Antes de fazer tal coisa, qualquer pessoa deve escolher os métodos que vai usar. O relato da tentação mostra JESUS escolhendo uma vez por todas os métodos que se propunha utilizar para ganhar homens para DEUS. Mostra JESUS rechaçando o caminho do poder e a glória e aceitando o do sofrimento na cruz. BARCLAY. William. Comentário Bíblico. LUCAS. pag. 38. I - A REALIDADE DA TENTAÇÃO 1- UMA REALIDADE HUMANA. Tentado e Testado A palavra grega peirasmos (Lc 4.2), dependendo do contexto, pode significar “tentação” (προσπαθώ - Lê-se prustraufão) ou “prova” (απόδειξη - lê-se apóviquici). Quando usada em um contexto onde DEUS está por trás da ação, então nesse caso o crente está sendo provado. Por outro lado, quando é o Diabo quem está induzindo ao mal, então o crente está sendo tentado. Em palavras mais simples, DEUS prova-nos e o Diabo nos tenta. DEUS testa-nos para aperfeiçoar-nos enquanto o Diabo nos tenta para nos derrubar. Aqui em Lucas 4.1-3, assim como Gênesis 22, onde a Septuaginta usa a mesma raiz grega de peirasmos, JESUS é enviado pelo ESPÍRITO ao deserto para ser testado. E nessa mesma ocasião que recebe a visita do Diabo para ser tentado. José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de JESUS, o Homem Perfeito. Editora CPAD. pag. 50. A tentação (4.2). As palavras gregas peirazo (απόδειξη - lê-se apóviquici) e peiras mossãa (δίκη - Lê-se leiquim) igualmente traduzidas por “prova” e “julgamento” bem como por “tentar” e “tentação” (προσπαθώ - Lê-se prustraufão). O que há de comum é a situação que nos coloca sob grande pressão. O texto em Tiago 1 é especialmente útil para nos ajudar a tratar essas situações, ao nos lembrar que DEUS jamais tenta as pessoas, no sentido de induzi-las ao mal (Tg 1.13). DEUS, contudo, nos prova da mesma maneira que permitiu que Satanás o fizesse com JESUS, a fim de demonstrar a nós e a todos que podemos vencer pela sua força. Adão e Eva falharam no teste. Por meio de CRISTO você e eu somos vitoriosos. RICHARDS. Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo.Editora CPAD. pag. 655. A Possibilidade da Tentação Como era possível que o JESUS sem pecado fosse tentado? Em nossa tentativa de responder a essa pergunta devemos antes de mais nada observar que o que foi tentado foi sua natureza humana. JESUS não só era DEUS; ele era também homem. Além do mais, sua alma não era dura como uma pederneira nem fria como um bloco de gelo. Era uma alma plenamente humana, profundamente sensível, afetada e comovida pelos sofrimentos de todo gênero. Foi CRISTO quem disse: “Tenho um batismo com o qual hei de ser batizado; e como me angustio até que o veja concretizado” (Lc 12.50). JESUS foi capaz de expressar carinho (Mt 19.13, 14), compaixão (Mt 23.37; Jo 11.35), piedade (Mt 12.32), ira (Mt 17.17), gratidão (Mt 11.25) e profundo anseio pela salvação dos pecadores (Mt 11.28; 23.37; Lc 15; 19.10; Jo 7.37) para a glória do Pai (Jo 17.1-5). Sendo não só DEUS mas também homem, ele sabia o que era estar cansado (Jo 4.6) e sedento (4.7; 19.28). Portanto, realmente não deveria surpreender-nos que, depois de um jejum de quarenta dias, ele sentisse muita fome, e que a proposta de converter pedras em pães se constituía numa tentação bem real para ele, tanto mais sabendo que estava revestido do poder para fazer milagres! Não obstante, não deixa de ser verdade que a possibilidade e realidade da tentação de CRISTO vai além de nossa compreensão. Mas não é esse um fato em relação a cada doutrina? O que sabemos realmente sobre nós mesmos, sobre nossa alma e a interação que existe entre alma e corpo? Pouco, aliás, bem pouco! Como poderíamos, pois, penetrar nas profundezas da alma de CRISTO e analisá-la suficientemente a fim de fornecer uma explicação psicológica absolutamente satisfatória de suas tentações? HENDRIKSEN. William. Comentário do Novo Testamento. Lucas I. Editora Cultura Cristã. pag. 315-316. «...tentado...» JESUS Poderia Ter Caído Em Pecado ? 1. Se respondermos a essa pergunta do ponto de vista da sua divindade (com comentários em Heb. 1:3), teremos de responder com um «não». 2. Se respondermos do ponto de vista de sua humanidade, teremos de afirmar que as tentações e provas por que passou JESUS foram reais, e que, como homem, poderia ter incorrido em pecado, embora sua elevadíssima espiritualidade não lhe permitisse fazê-lo. Por conseguinte, temos aqui um «paradoxo», não havendo como solucionar adequadamente a questão. Homens igualmente piedosos, têm assumido um ou outro lado do problema. 3. Nessa controvérsia, contudo, não percamos de vista a mensagem do versículo à nossa frente. JESUS, como homem, exibia elevadíssima espiritualidade. Suas qualidades espirituais não eram automáticas, mas resultavam de uma luta muito intensa, através da vitória sobre o pecado, diante do qual, jamais cedeu. Entrementes, ele desenvolveu elevadas virtudes morais positivas. (Ver Gál. 5:22,23, quanto a essas virtudes). Assim sendo, JESUS foi o Pioneiro do caminho, tendo-nos mostrado, como devemos desenvolvermos espiritualmente, através da dedicação absoluta. JESUS possuía nosso tipo de natureza, juntamente com as suas fraquezas. Não obstante, triunfou! O que é dito aqui é sem-par no N. T., dando-nos uma visão mais clara sobre a natureza humana de CRISTO, pelo menos em alguns particulares. Até mesmo a tentação de CRISTO, nos evangelhos sinópticos (ver Mat. 4:1-11 e seus paralelos) tem o propósito polêmico de mostrar que nada podia tirar JESUS de seu «propósito messiânico», o que significa que ele era mais poderoso que o próprio Satanás. Aqui, porém, sua vitória sobre a tentação visa mostrar o que a natureza humana pode fazer e como ela deve ser, quando devidamente impelida pelo ESPÍRITO SANTO. Suas tentações têm por fito mostrar-nos que ele se identificou totalmente conosco, sem qualquer limitação. Ele era humano tal e qual somos humanos; não possuía alguma natureza humana diferente, como a do homem «antes da queda». (Ver Rom. 8:3). Ele foi enviado «na semelhança de carne pecaminosa», isto é, compartilhou da mesma natureza dos homens, a qual fora debilitada e degradada pelo pecado, embora ele mesmo não tivesse qualquer pecado pessoal. Contudo, ele compartilhou do «desastre da natureza humana», que resulta do pecado. «...sem pecado...» Há várias declarações neotestamentárias sobre a impecabilidade de JESUS. (Ver Atos 3:14; o trecho de II Cor. 5:21 mostra outra dessas afirmações). JESUS mostrou que a natureza humana não precisa do pecado como um de seus elementos. A verdadeira natureza humana é impecável. A natureza humana pervertida é que peca. Daí resulta a necessidade de redenção. A impecabilidade de CRISTO qualificou-o preeminentemente para o sumo sacerdócio, pois ele, diferentemente de outros, não precisa oferecer sacrifício por si mesmo. Todo seu labor pode ser assim devotado a seus irmãos. Assim, mediante o sacrifício de si mesmo, ele eliminou o pecado para sempre (ver Heb. 9:26), livrando os filhos de DEUS de sua manopla e dando-lhes um lugar de acesso a DEUS Pai. E da «segunda vez» em que ele aparecer (na parousia), não haverá mais necessidade de cuidar da questão do pecado. Portanto, ele aparecerá «à parte do pecado», e isso «para a salvação», com o propósito de levar à fruição a salvação de seus irmãos (ver Heb. 9:28). A impecabilidade de CRISTO, pois, deve significar mais do que a rejeição de atos pecaminosos; ele nunca favoreceu à atitude do pecado; não pecou em seus desejos e em seus motivos, muito menos em suas ações. Ele mesmo deixou claro que o pecado reside nos desejos e motivos dos homens, e não apenas em atos pecaminosos (ver Mat. 5:27 e ss.). Gloriando-nos nas debilidades. Newell (in loc.) relata-nos acerca de um amigo seu que sofria de muitas debilidades físicas que ameaçavam o bem-estar de sua própria alma. Seu senso de fraqueza era tão profundo que o avassalava, de tal modo que sentiu que perdera até mesmo o contacto com DEUS. Mas foi encorajado, por meio do trecho de I I Cor. 12:9,10, a «gloriar-se» nessas debilidades, para extrair delas alguma forma de glória a DEUS, transformando-as em pontos fortes. Isso lhe emprestou uma nova dimensão na vida. JESUS também conhecia bem essas coisas; mas triunfou. Mostrou-nos que é possível a vitória espiritual, em meio às nossas condições humanas, que são tão adversas. «Em sua vida terrena ele teve um admirável discernimento sobre os homens, uma estranha sensibilidade para com as necessidades humanas ao seu derredor. Segundo diz o autor do quarto evangelho, JESUS «...não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem, porque ele mesmo sabia o que era a natureza humana» (João 2:25). Ele suportou todos os testes, mas «sem pecado». Não se pode duvidar que nenhum homem, em toda a história, tem sido sujeito a tão cuidadoso e crítico escrutínio como o homem JESUS. Os homens têm sondado sua vida e palavras, mas seu desafio continua de pé: ‘Quem dentre vós me convence de pecado!’ (João 8:46)». (Cotton, in loc.). «O escritor deseja eliminar a fantasia comum que havia alguma peculiaridade em JESUS que fazia suas tentações inteiramente diversas das nossas, como se fosse um campeão vestido de cota de malhas que servia de alvo de flechas de brinquedo. Pelo contrário, ele sentiu, em sua própria consciência, a dificuldade de alguém ser justo neste mundo; ele sentiu sobre si mesmo a pressão das razões e atrações que inclinam os homens ao pecado, para que escapem do sofrimento e da morte». (Dods, in loc.). «Isso serve de real base de encorajamento, pois a melhor ajuda é aquela conferida por aqueles que se mantêm firmes onde falham os, tendo enfrentado o início da tentação sem ceder à mesma. A referência especial é às tentações que levam à apostasia ou à desobediência à vontade de DEUS». (Moffatt, in loc.). Notemos que o autor sagrado afirmou em seu tratado, de modo absoluto, tanto a divindade como a humanidade de CRISTO. Ele não tentou qualquer reconciliação entre os dois conceitos, e nem quis mostrar como ambas as naturezas podem ter residido na mesma personalidade ao mesmo tempo. O que sabemos é que ambas as naturezas são importantes para nós, pois ambas as naturezas foram postas à nossa disposição. Com temor e tremor podemos chegar perante DEUS, mas CRISTO está presente para tornar possível nosso acesso a ele. CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 522-523. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas (15). Literalmente, JESUS pode “sentir as nossas debilidades” (Mueller). A palavra fraquezas (astheneiais - αδυναμίες - Lê-se avidâmeés) tem uma conotação moral em Hebreus (cf. 5.2) e significa não apenas fraqueza física ou uma limitação humana, mas uma fraqueza consciente e instável na tentação. Nosso Senhor também nos entende nesta fraqueza, porque, como nós, em tudo foi tentado. Visto que foi tentado como nós, Ele sabe por experiência o que significa para nós ser tentado. Ele não foi tentado em todas as particularidades ou em cada situação possível; e.g., Ele não foi tentado como marido, ou pai, ou dono de uma propriedade, ou empregador, ou soldado, porque não exerceu nenhuma dessas funções. Mas Ele foi tentado em três áreas básicas da suscetibilidade humana: corpo, alma e espírito. JESUS conhecia a tentação no campo do apetite do corpo, no campo dos relacionamentos humanos e no campo dos relacionamentos espirituais. Eu — os outros — DEUS: Ele foi tentado nestes três pontos. O que deveria governá-lo? Seu desejo por pão? Seu desejo por aceitação? Seu desejo por poder? Ou sua lealdade a DEUS? Estas são perguntas fundamentais da vida que cada pessoa deve responder. Certamente, nestes aspectos básicos as tentações do Senhor eram exatamente iguais (kath homoioteta) às nossas. Mas sem pecado. Embora seja perfeitamente verdadeiro que JESUS não enfrentou a tentação com a desvantagem do pecado original, esta não é a ideia aqui. O que o autor de Hebreus ressalta neste texto é que JESUS não cedeu uma única vez à tentação. Ele foi perfeitamente triunfante. Se não fosse tentado como nós, não poderia compreender os nossos sentimentos em nossas muitas tentações; por outro lado, se não tivesse sido perfeitamente vitorioso, não poderia ajudar-nos, mas necessitaria Ele próprio de ajuda. Parece que estava claro na mente do autor a tentação peculiar que estes cristãos hebreus estavam enfrentando. Eles foram tentados a voltar atrás, e desta forma, falhar em entrar no seu repouso prometido. JESUS também teve sua experiência de deserto — em certo sentido, seu Cades-Barnéia — e, portanto, sabia o que estavam passando. Ele entende o deserto do ataque satânico que segue a primeira emoção gloriosa da fé. Por isso, eles não devem permitir que a ideia de voltar atrás ocupe a mente, nem devem ficar envergonhados ou ceder à paralisia do desespero. Richard S. Taylor. Comentário Bíblico Beacon. Hebreus. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 48-49.


Tentações pelas quais JESUS passou (Ev. Luiz Henrique) | |
Promessas de Satanás | Recompensas de DEUS para quem vence as tentações |
"Se tu és o Filho de DEUS, dize a esta pedra que se transforme em pão." (Lc 4.3b). | Então o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos, e o serviam. (Mt 4.11) - Comida de DEUS melhor. |
"E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero." (Lc 4.6). | E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. (Mateus 28:18). Todo poder eterno é melhor que poder temporal. |
"Se tu és o Filho de DEUS, lança-te daqui abaixo, 10 - porque está escrito: Mandará aos seus anjos, acerca de ti, que te guardem." (Lc 4.9). | "Não está aqui, mas ressuscitou" (Lc 24.6). Livrar de uma queda é inferior a livrar da morte. |
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