quinta-feira, 2 de abril de 2015

LIÇÃO 01 – O EVANGELHO SEGUNDO LUCAS 2 º TRIMESTRE 2015



LIÇÃO 01 – O EVANGELHO SEGUNDO LUCAS 2
º TRIMESTRE 2015
(Lc 1.14)

INTRODUÇÃO
A lição do segundo trimestre de 2015 tem como título: Jesus, o Homem Perfeito – O Evangelho de Lucas, o
médico amado , onde teremos a oportunidade de estudar treze lições baseadas no Evangelho de Lucas o
terceiro livro
do NT. Nesta primeira lição, traremos importantes informações sobre a autoria, propósito, destinatário, tema do livro,
contexto e data. Destacaremos características específicas do evangelho segundo Lucas; e, por fim, pontuaremos os três
aspectos da contribuição lucana para a Igreja de Cristo.

I – INFORMAÇÕES SOBRE O TERCEIRO EVANGELHO
1.1 Autoria. E mbora o nome de Lucas não conste, explicitamente nas páginas do evangelho que leva o seu nome, as
evidências disponíveis tendem a concordar e confirmar a tradição. Clemente de Alexandria, Tertuliano, Orígenes (pais
da igreja) o identificam como autor deste evangelho. E usébio, historiador da igreja, escreveu: “Lucas, natural de
Antioquia, médico de profissão, fora companheiro de Paulo por longo tempo e conhecia os demais apóstolos. Ele nos
deixou em dois livros divinamente inspirados, a saber o Evangelho e Atos” (EUSÉBIO, apud, HENDRIKSEN, 2003,
p. 24). Ainda “de acordo com a tradição, Lucas era um gentio. O apóstolo Paulo parece confirmar isso quando
distingue Lucas daqueles que eram “ da circuncisão” (Cl 4.11, 14). Isso faria de Lucas o único gentio que escreveu
livros da Escritura. Ele é responsável por uma porção significativa do Novo Testamento, tendo escrito tanto o
Evangelho quanto o livro de Atos (Lc 1.14;
At 1.13).
Muito pouco se sabe sobre Lucas. O apóstolo Paulo se refere a
Lucas como médico (Cl 4.14). Eusébio e Jerônimo o identificam como natural da Antioquia da Síria (o que pode
explicar por que muito do livro de Atos é centrado em Antioquia (At 11.1927;
13.13;
14.26; 15.2223,3035;
18.2223).
Lucas foi companheiro constante do apóstolo Paulo, ao menos no tempo entre a visão sobre a Macedônia
(At 16.910)
até a época do martírio do apóstolo (II Tm 4.11)” (MACARTHUR, 2011, p. 5 – acréscimo nosso).
1.2 Propósito do Autor e destinatário. Parece que muitas pessoas haviam escrito a respeito de Jesus e sua vida
admirável, talvez de maneiras incompletas e contraditórias; e Lucas desejava suprir uma narrativa em ordem e digna de
confiança para Teófilo (cujo nome significa literalmente “ que ama a Deus” ) (Lc 1.14).
“Essa designação, que pode
ser um apelido ou um pseudônimo, é acompanhada por um tratamento formal “ excelentíssimo” possivelmente
significando que “Teófilo” fosse um renomado dignitário romano, talvez um dos que haviam se voltado para Cristo
“da casa de César” (Fp 4.22)” (MACARTHUR, 2011, p. 6). O fato de Lucas ter dado o mesmo título a Teófilo que
deu depois a Félix (At 23.26; 24.3) e Festo (At 26.25), indica que Teófilo era uma personagem de posição e influência.
“É possível também que Teófilo não fosse o único destinatário porque Lucas pode ter tido o interesse de suprir um
evangelho em ordem e completo para leitores não judeus. E Lucas também desejava a presentar um Salvador universal,
um grande e compassivo Médico, Mestre e Profeta, que viera aliviar os sofrimentos humanos e salvar as almas dos
homens” (CHAMPLIN, 2004, vol. 3, pp. 909,910 – acréscimo nosso). “Orígenes afirmava que o Evangelho de Lucas
foi escrito “por amor aos conversos gentílicos” (HENDRIKSEN, 2003, p. 36).
1.3 Tema do livro. “Enquanto João trata da divindade dAquele que tornouse
homem, Lucas ressalta a humanidade
dAquele que é divino. A frase chave é o “ Filho do homem” (Lc 5.23; 6.5,22; 7.34; 9.22,26,44,56,58). O versículo
chave é: “ O Filho do homem veio para buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10). É com esse intento, de
destacar Jesus como Filho do homem, que Lucas narra os eventos, salientando a humanidade de Jesus. Sua genealogia
é traçada até Adão (Lc 3.2338).
É esse Evangelho que registra mais detalhadamente os eventos na vida de Sua mãe, do
Seu nascimento, da Sua infância e da Sua mocidade. São as parábolas de Lucas que têm mais cor humana. Contudo
Lucas não se esquece, de forma alguma, da superabundante glória da divindade e da majestade de Jesus Cristo (Lc
1.3235)”
(BOYER, 2011, vol. 02, p. 16 – acréscimo nosso).
1.4 C ontexto e Data. O lugar da composição deste evangelho tem de ser deixado na área das hipóteses, porquanto não
temos qualquer evidência certa a esse respeito. “Embora a tradição antiga associe Lucas a Antioquia da Síria, não,
poderíamos afirmar que, só por isso, Lucas ali escreveu o seu evangelho. As cidades de Roma, Éfeso e Corinto também
têm sido sugeridas. Quanto a data alguns crêem que há evidências que indicam que esse evangelho foi escrito após a
destruição de Jerusalém, o que também é verdade quanto ao evangelho de Mateus, o que o situaria entre 70 e 80 d.C.,
como data de sua autoria. Todavia, pode ter precedido a esse acontecimento; e, nesse caso, poderia ser situado entre 60
e 70 d.C. Lucas teve contatos constantes com Marcos (Cl 4.10,14; Fm 24; At 12.12,25; 13.13; 15.37,41; II Tm
4.1113),
pelo que teve acesso ao seu evangelho, provavelmente pouco tempo depois de haver sido completado”
(CHAMPLIN, 2004, vol. 3, p. 909 – acréscimo nosso).

II – CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO EVANGELHO CONFORME LUCAS
CARACTERÍSTICA
S
REFERÊNCIAS
O evangelho
detalhista
O Evangelho segundo Lucas é a narrativa mais completa da vida de Jesus que veio até nós proveniente
da era apostólica. Teve a intenção de ser uma descrição minuciosa do curso da vida do Salvador. É ele
quem descreve o nascimento e a infância de Jesus Cristo e de Seu precursor (Lc 1.525;
2.2645).
O evangelho
da oração
Lucas disse mais sobre a oração do que qualquer outro Evangelista. Ele mostra Jesus
em oração nos momentos mais importantes da sua vida. Somente Lucas nos relata as
parábolas do “ Amigo importuno” (Lc 11.5-13), do “ Juiz Iníquo” (Lc 18.1-8), e do
“Fariseu e o Publicano” (Lc 18.9-14) que visam estimular a prática da oração.
O evangelho que
ressalta as mulheres
Lucas em seu Evangelho dá um lugar muito especial à mulher. O relato do nascimento é dado do
ponto de vista de Maria (Lc 2.26,27). Em Lucas nós lemos a respeito de Isabel, de Ana, da viúva de
Naim, da mulher que lavou os pés do Jesus na casa do Simão o fariseu (Lc 1.5,6; 7.12,37). É Lucas o
que nos faz vívida a imagem de Marta e Maria e de Maria Madalena (Lc 10.3840;
24.10).
O evangelho
do louvor
Neste evangelho a frase louvando a Deus aparece com mais frequência que em todo o resto do Novo
Testamento. Este louvor alcança seu ponto culminante nos três grandes hinos que Lucas registrou:
o C ântico de Maria “M agnificat ” (Lc 1.4655),
o C ântico de Zacarias “B enedictus ” (Lc 1.6879)
; e o
Cântico de Simeão “ Nunc Dimittis ” (Lc 2.2932).
O evangelho
das parábolas
(1) Os dois devedores (Lc 7.4143),
( 2) O bom samaritano (Lc 10.2537),
( 3) O amigo importuno (Lc
11.58),
( 4) O rico insensato (Lc 12.11621),
( 5) Os servos vigilantes (Lc 12.3540),
( 6) O mordomo
(Lc 12.4248),
( 7) A figueira estéril (Lc 13.69),
( 8) A grande ceia (Lc 14.16224),
( 9) A construção
de uma torre (Lc 14.2833),
( 10) A moeda perdida (Lc 15.810),
( 11) O filho perdido (Lc 15.1132),
(12) O administrador infiel (Lc 16.1.13), ( 13) O senhor e seu servo (Lc 17.710),
( 15) A viúva
importuna (Lc 18.18),
(16) O fariseu e o publicano (Lc 18.1014),
(17) As dez minas (Lc 19.1227).
O evangelho
universal
A característica mais proeminente de Lucas é que seu evangelho é universal. Jesus é para todos os
homens sem distinção. O reino dos céus está aberto para os samaritanos (Lc 9.5156).
Ele mostra
Jesus falando dos gentios a quem os judeus ortodoxos consideravam impuros, citando à viúva da
Sarepta e a Naamã o sírio como exemplos de fé (Lc 4.2527).
Elogia o centurião romano por sua fé
(Lc 7.9). E, ainda destaca as palavras do Mestre a cerca da inclusão dos gentios no Reino de Deus (Lc
13.29).
III – A CONTRIBUIÇÃO LUCANA SOB DIVERSOS ASPECTOS
3.1 Lucas como escritor. “ Como historiador Lucas é um escritor extremamente cuidadoso. Os primeiros quatro
versículos proclama que seu trabalho é o produto de uma investigação esmerada” (BARCLAY, p. 5 – acréscimo
nosso). A o escrever este evangelho ele fala que: ( 1) o evangelho é um fato não um mito ou uma lenda (Lc 1.1b)
; ( 2)
diz também que fez uma pesquisa de campo, entrevistando as testemunhas oculares (Lc 2.2a)
; ( 3) discorre ainda a
história de forma ordenada, não sem nexo (Lc 3.1a)
; e ( 4) tinha a finalidade de dar fundamentação histórica a fé cristã
(Lc 1.4).
3.3 Lucas como médico. P aulo se refere a Lucas como médico (Cl 4.14). Sem dúvida, Ele teria sido uma verdadeira
ajuda para o apóstolo em suas aflições, algumas das quais eram de caráter físico. O interesse de Lucas por questões
médicas é evidente pelo grande destaque que ele dá ao ministério de curas de Jesus (Lc 4.3840;
5.1525;
6.1719;
7.1115;
8.4347,
4956;
9.2,6,11; 13.1113;
14.24;
17.1214;
22.5051).
Vejamos ainda o recorte que Lucas dá aos
detalhes das enfermidades: Lucas 4.38 com Mateus 8.14 e Marcos 1.30 (a natureza ou grau da febre da sogra de
Pedro); Lucas 5.12 com Mateus 8.2 e Marcos 1.40 (a lepra); e Lucas 8.43 com Marcos 5.26 (a mulher e os médicos).
3.3 Lucas como missionário. L ucas, mais do que qualquer outro dos evangelistas, destacou o âmbito universal do
convite do evangelho. Ele retratou Jesus como Filho do Homem, rejeitado por Israel, e então oferecido ao mundo.
Lucas repetidamente conta relatos de gentios, samaritanos e outros personagens tidos como indignos que encontraram
graça aos olhos de Jesus (Lc 7.3650;
19.110;
23.43).

CONCLUSÃO
Ao estudarmos o evangelho conforme Lucas, aprendemos que Deus ama judeus e gentios e que Cristo é o
Salvador de todo aquele que crê independente de cor, raça, sexo, condição social. Esta é a principal verdade que Lucas
desejou dizer a Teófilo e ao mundo.
REFERÊNCIAS
● BOYER, Orlando. Espada Cortante . CPAD.
● CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
● HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento . CULTURA CRISTÃ.
● MACARTHUR, John. Lucas: Jesus – o Salvador do Mundo . CULTURA CRISTÃ.
● STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD

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