sábado, 2 de agosto de 2014

LIÇÃO 6 - A VERDADEIRA FÉ NÃO FAZ ACEPÇÃO DE PESSOAS - 3° TRIM. 2014

 Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE 
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais 
Pastor Presidente: Aílton José Alves 
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 – 000       Fone: 3084 1524 

LIÇÃO 06 – A VERDADEIRA FÉ NÃO FAZ ACEPÇÃO DE PESSOAS - 3º TRIM. 2014   
(Tg 2.1-13) 

INTRODUÇÃO 
  Nos  primeiros  séculos  da  era  cristã,  alguns  cristãos  estavam  discriminando  os  pobres  e  honrando  aqueles  que 
eram ricos. Por isso, o apóstolo Tiago abordou esse importante ensino em sua epístola. Nesta lição, veremos a definição 
do termo acepção; analisaremos o ensino do apóstolo Tiago sobre este tema tão relevante e atual; e explicaremos porque 
não devemos fazer acepção de pessoas. 

I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA 
  O  termo  acepção  deriva-se   do   grego  “prosõpolepteõ”  e   significa:   “favorecer   um   indivíduo”,   “mostrar 
parcialidade”  ou  “fazer  acepção  de  pessoas”.  “Esta  expressão  significa  demonstrar  atenção  especial,  ou  favoritismo,  a 
uma  pessoa  por  causa  da  sua  riqueza,  roupas  ou  posição”  (STAMPS,  1995,  p.  1927).  “A acepção  de  pessoas  no  Novo 
Testamento  significa  uma  parcialidade  injusta;  significa  lisonjear,  mostrar  espírito  servil  ou  prestar  atenção  especial  a 
alguém porque se trata de uma pessoa rica, influente, poderosa ou famosa” (BARCLAY, sd, p. 74). A Bíblia está repleta 
de ensinos contra a acepção de pessoas, tanto no Antigo como no Novo Testamento, como veremos a seguir:  
•  Exortando  os  hebreus  sobre  a  obediência  aos  mandamentos  divinos,  Moisés  lembra  ao  povo  que  Deus  não  faz 
acepção de pessoas e nem aceita recompensas (Dt 10.17); 
•  Nas leis acerca dos deveres dos juízes, Deus ordenou que eles não fizessem acepção de pessoas quando julgassem 
as causas do povo (Dt 16.18,19); 
•  Deus  não  faz  acepção  de  pessoas,  nem  estima  o  rico  mais  do  que  o  pobre,  pois  todos  são  obras  de  suas  mãos             
(Jó 34.19; Pv 22.2); 
•  Depois da visão do lençol com os animais impuros, e da descida do Espírito Santo sobre os gentios na casa de 
Cornélio, a lição que o apóstolo Pedro aprendeu foi que Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34); 
•  Paulo estava convencido de que tanto judeus como gentios estavam igualmente debaixo do juízo divino, porque 
para Deus não há diferença de pessoas, nem favoritismo (Rm 2.11); 
•  O apóstolo Pedro diz que Deus julga a cada um sem fazer acepção de pessoas (I Pe 1.17). 

II – O ENSINO DE TIAGO SOBRE ACEPÇÃO DE PESSOAS 
  No  capítulo  dois  de  sua  epístola,  o  apóstolo  Tiago  condena  o  favoritismo,  em  relação  aos  mais  ricos;  e  a 
discriminação, em relação aos pobres; prática comum na sociedade, que, aos poucos estava se infiltrando na igreja: 
 
2.1 “Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas” (Tg 2.1). 
Tiago ensina que a verdadeira fé também é conhecida pelo relacionamento imparcial com as pessoas, pois, o favoritismo 
e a acepção de pessoas não são atitudes de um verdadeiro cristão. Todos que estão em Cristo são igualmente herdeiros da 
graça da vida (I Pe 3.7); tendo todos uma só fé, um só Senhor, um só Espírito, um só Deus e uma só esperança (Ef 4.4-6). 
Por isso, não deve haver distinção entre judeu e gentio, servo e livre, macho e fêmea, pois todos são um em Cristo Jesus 
(Gl 3.26-28).  

2.2 “Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com vestes preciosas, e entrar 
também  algum  pobre  com  sórdida  vestimenta” (Tg  2.2).  Agora  o  apóstolo  cita  uma  ilustração  para  reforçar  a  ideia. 
Durante  um  culto  entra  um  homem  rico  com anéis  de  ouro  no  dedo e  muito  bem  vestido;  e  depois,  entra  também  um 
homem pobre maltrapilho. Qual deve ser a atitude do cristão? Ambos devem ser tratados com imparcialidade? Claro que 
sim! Mas, não era isso que estava ocorrendo na igreja, pois, o favoritismo, ou seja, a preferência por alguns em detrimento 
de outros, estava se tornando cada vez mais comum. Por isso, o apóstolo adverte acerca desse pecado. 

2.3 “E atentardes para o que traz a veste preciosa e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui num lugar de honra, e disserdes 
ao  pobre:  Tu,  fica  aí  em  pé  ou  assenta-te  abaixo  do  meu  estrado,  porventura  não  fizestes  distinção  dentro  de  vós 
mesmos e não vos fizestes juízes de maus pensamentos?” (Tg 2.3,4). Com essas palavras, Tiago condena o favoritismo. 
Embora  fosse  comum  as  pessoas  bem  vestidas  e  de  boa  aparência  terem  um  tratamento  especial  e  serem  mais  bem 
recepcionadas  do  que  àquelas  que  são  aparentemente  pobres,  esta  atitude  não  deveria  ocorrer  entre  o  povo  de  Deus, 
principalmente  na  igreja! Tiago  condena  esse  comportamento  por  duas  razões:  primeiro,  porque  eles  estavam  fazendo 
distinção entre eles mesmos; e, em segundo lugar, porque eles se tornaram juízes de maus pensamentos, ou seja, pessoas 
que julgam equivocadamente, conforme a aparência (Jo 7.24). 

2.4 “Ouvi,  meus  amados  irmãos.  Porventura,  não  escolheu  Deus  aos  pobres  deste  mundo  para  serem  ricos  na  fé,  e 
herdeiros  do  reino  que  prometeu  aos  que  o  amam?” (Tg  2.5). O  Senhor  Jesus  veio  a  este  mundo  para  evangelizar  os 
pobres  (Is  61.1;  Lc  4.18).  Ele  mesmo  disse: “Bem-aventurados  vós,  os  pobres,  porque  vosso  é  o  Reino  de  Deus” (Lc 
6.20). Por isso, Tiago diz que Deus escolheu os pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do reino. Não que 
um  rico  não  possa  ser  salvo  (I  Tm  2.4;  Tt  2.11);  mas,  os  pobres  e  humildes  de  espírito  são  mais  sensíveis  ao  chamado 
divino para a salvação, e, consequentemente, mais acessíveis ao evangelho (Mt 5.3; 11.5; Lc 7.22; I Co 1.26; Mt 19.23). 
Para  o  cristão,  a  verdadeira  riqueza  consiste  na  fé  e  no  amor  que  se  expressam  na  atitude  de  seguir  ao  Senhor  (Sl 
72.2,12,13; Lc 6.20; Ap 2.9). Por esta razão eles se tornam ricos na fé e herdeiros do reino! 

2.5  “Mas vós desonrastes o pobre. Porventura não vos oprimem os ricos, e não vos arrastam aos tribunais?” (Tg 2.6).    
Deus expressou claramente na Lei sobre o dever de cuidar dos pobres e necessitados (Êx 23.11; Lv 19.10; 23.22; Dt 15.4; 
Sl 132.15) e que os ricos não poderiam obter qualquer favoritismo diante dos pobres (Êx 23.2,3,6 Dt 1.17; Pv 31.9). Mas, 
nem  sempre  estas  leis  foram  obedecidas  e  Deus  advertiu  o  povo  por  intermédio  dos  profetas  (Is  1.21-25;  Jr  17.11;                 
Am 4.1-3; 5.11-13; Mq 2.1-5; Hc 2.6-8; Zc 7.8-14). Tal qual os profetas do AT, o apóstolo Tiago lembra que os pobres 
estavam sendo desonrados pelos próprios irmãos, e que eles não deveriam esquecer que eram os ricos que os levavam aos 
tribunais quando eles não podiam pagar suas dívidas e muitas vezes diminuíam o salário dos pobres (Tg 5.4-6). 

2.6 “Mas,  se  fazeis  acepção  de  pessoas,  cometeis  pecado,  e  sois  redarguidos  pela  lei  como  transgressores” (Tg  2.9). 
Nesse texto, o apóstolo Tiago demonstra claramente que a acepção de pessoas deve ser evitada, pois é um pecado contra 
Deus e contra o próximo (Jó 13.8,10; 32.21; Cl 3.25). Aquele que trata as pessoas com preconceito ou favoritismo está 
transgredindo a lei de Deus (Lv 19.15; Dt 1.17; 16.19). Portanto, se queremos agradar a Deus, devemos tratar a todos sem 
distinção.  
 
III – PORQUE NÃO DEVEMOS FAZER ACEPÇÃO DE PESSOAS 
  Dentre as várias razões pelas quais não devemos tratar as pessoas com acepção, citaremos algumas:

3.1  Deus  não  faz  acepção  de  pessoas.  Diversos  textos  da  Bíblia  mostram  que  Deus  não  faz  acepção  de    pessoas                    
(Dt 10.17; II Cr 19.7; Jó 34.19; At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9), pois ele não olha para a aparência das pessoas, mas para o 
coração (I Sm 16.7). Ora, se Deus não trata as pessoas como indiferença, pois ele ama a todos, independente de cor, sexo 
ou classe social (Jo 3.16; Rm 5.8); nós, como seus filhos, também não devemos tratar as pessoas com dois pesos e duas 
medidas, ou seja, honrando uns e desprezando outros (Dt 16.19; Jó 13.8); 

3.2  Jesus nunca  fez  acepção  de  pessoas. Durante  o  seu  ministério  terreno,  o  Senhor  Jesus  chamou  Levi,  que  era  um 
publicano  para  ser  seu  discípulo,  e  foi  até  a  casa  dele  (Mt  9.9-13);  entrou  na  casa  de  Zaqueu  para  hospedar-se  em  sua 
casa,  que  também  era  coletor  de  impostos,  e,  consequentemente,  odiado  pelos  judeus  (Lc  19.1-10);  Ele  evangelizou 
mulheres pecadoras (Jo 8.1-11), inclusive uma samaritana (Jo 4.1-30; 8.1-11) para demonstrar que ele veio desfazer todas 
as  barreiras  sociais  e  culturais,  e  que  ele  não  trata  as pessoas  com  indiferença  ou  favoritismo  (Mt  22.16;  Mc  12.14;  Lc 
20.21). Jesus ensinou que não devemos julgar as pessoas pela aparência, e sim, pela reta justiça (Jo 7.24).  

3.3  A  acepção  de  pessoas  é  uma  atitude  contrária  à  lei  do  amor. Amar  a  Deus  sobre todas  as  coisas  e  ao  próximo 
como  a  nós  mesmos  são  os  dois  maiores  mandamentos  na  Lei  (Mt  22.34-40;  Mc  12.28-34;  Lc  10.25-27).  Quando  o 
doutor  da  Lei  perguntou  a  Jesus:  “quem  é  o  meu  próximo”,  Jesus  contou-lhe  então  a  Parábola  do  Bom  Samaritano, 
demonstrando que o verdadeiro amor não faz acepção de pessoas; pois, o homem que havia sido assaltado e espancado 
não  foi  ajudado  pelo  sacerdote  e  nem  pelo  levita,  mas,  foi  socorrido  por  um  samaritano,  que  não  olhou  para  sua 
nacionalidade (Lc 10.25-37). Por isso, devemos amar a todos (Gl 6.10; I Ts 3.12), inclusive nossos inimigos (Mt 5.44; Lc 
6.27,35). “O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor” (Rm 13.10). 

CONCLUSÃO  
  Uma  vez  que  Deus  não  faz  acepção  de  pessoas,  a  igreja  também  não  deve  agir  com  imparcialidade  ou 
favoritismo.  Os  ricos  não  devem  ser  mais  honrados  do  que  os  pobres,  simplesmente  por  possuírem  mais  bens  ou  por 
fazerem  parte  de  uma  classe  mais  elevada.  Como  servos  de  Deus  e  imitadores  de  Cristo,  devemos  honrar  a  todos, 
independente de cor, sexo, raça ou posição social.  


REFERÊNCIAS 
•  ADEYMO, Tokunboh. Comentário Bíblico Africano. MUNDO CRISTÃO. 
•  ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD. 
•  BARCLAY, William. Comentário do Novo Testamento. PDF. 
•  CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. HAGNOS. 
•  COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Fé & Obras. CPAD. 
•  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.  CPAD. 

0 comentários:

Postar um comentário